Baldios geram polémica no Banco de terras
A Assembleia da República acaba de aprovar a criação do
banco de terras, com votos favoráveis do PSD e do CDS, a abstenção dos
socialistas e a oposição do PCP, Verdes e BE.
O diploma gerou contestação devido à questão dos baldios.
Agostinho Lopes, deputado do PCP, considerou “uma
inaceitável subversão constitucional e legislativa do enquadramento jurídico
dos baldios” do texto aprovado e que prevê a “disponibilização destes terrenos”,
e acrescenta que “a constituição referencia os baldios como meios de produção
comunitários possuídos e geridos pelas comunidades locais e que a lei dos
baldios expressamente os coloca fora do comércio jurídico, nomeadamente o
arrendamento”.
Luís Fazenda, deputado do BE, considerou que o banco de
terras, criado pelo PSD, CDS e PS, é “um balcão de venda e publicidade de
terras, para comprar e vender terras, é um novo serviço público até, que tenta
criar indiretamente uma situação de privatização de terras do Estado, matas
nacionais, baldios”.
O deputado do PS, Miguel Freitas, afirmou que “acompanhamos
a preocupação do PCP em relação aos baldios. Consideramos que é uma matéria que
tem sede própria noutra lei e é nessa sede que se deve fazer a sua discussão”.
O deputado do Bloco de Esquerda pediu à assembleia da
república que pensasse se esta situação não merece uma “reflexão” por parte do
parlamento.
Fonte: Vida Rural
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