Espécies Cinegéticas do baldio do Vale da Trave

A perdiz-vermelha (Alectoris rufa)
 É uma espécie cinegética da família Phasianidae (faisões), da ordem Galliformes, ou galináceos. A perdiz-vermelha ocupa habitats algo variados, que incluem matos rasteiros e esparsos, áreas agrícolas, espaços florestais abertos, zonas pedregosas, etc. É uma ave gregária que vive em grupos.
Habita em toda a Península Ibérica, sobretudo a sul, e encontra-se no sul da França e no médio oriente.
É uma espécie muito caçada, principalmente na Península Ibérica.

De entre todas as espécies cinegéticas presentes nos terrenos baldios da nossa assembleia de comparte, a Perdiz-vermelha é a mais apreciada pelos caçadores “a rainha das espécies de caça”, por ser relativamente abundante e pelas suas qualidades desportivas (comportamento).



                                                  O coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus)


É um mamífero lagomorfo, da família dos Leporídeos, que existe no estado selvagem (coelho-bravo), havendo também muitas subspécies domesticadas em quase todo o planeta (coelho-doméstico).
Espécie cinegética de pêlo, bastante apreciada pelos caçadores portugueses.
Até meados do século passado era muito abundante. A redução das populações deste lagomorfo na Península Ibérica deve-se principalmente a dois focos de doenças, mixomatose (1960) e hemorrágica viral (1990) e ao abandono da agricultura tradicional.

O habitat preferencial do coelho é aquele onde exista alimento em quantidade suficiente e coberto vegetal de protecção. Tem preferência por zonas de paisagem diversificada em mosaico, alternando entre parcelas agrícolas, pastagens e matos.


                                                   A Lebre-ibérica (Lepus granatensis)

Com alguma frequência confundida com o coelho, a lebre distingue-se contudo facilmente desse outro lagomorfo pelo tamanho superior (50 a 70 cm e um peso entre 2 e 7 kg), pela cor amarelo-acastanhado (mais acentuada nas partes superiores) e sobretudo pelas grandes orelhas, maiores que o comprimento da cabeça e negras na extremidade. Outras das características mais notáveis na lebre é o grande comprimento dos seus membros posteriores, o que lhe permite adquirir velocidades na ordem dos 60 km por hora. Quando se alimenta passa quase despercebida, já que baixa as orelhas horizontalmente sobre o dorso e se mantém agachada junto ao solo. É um animal solitário que habita em terrenos abertos, com vegetação adequada. Vive um máximo de 9 anos.
A Lebre encontra-se em declínio na nossa região em virtude da caça, já que é uma espécie cinegética muito apreciada e pelo abandono da actividade agrícola e a decadência do mundo rural é, por isso, hoje uma espécie cinegetica pouco frequente na área do baldio ao contrário do passado em que era comum.


Os Tordos

São espécies migradoras de proveniência dos países do Norte que passam o Inverno em Portugal, com elevado interesse cinegético.
São aves cujo habitat está geralmente ligado a zonas arborizadas ou às suas orlas, locais de características variadas como zonas de mata, bosques; planícies ou jardins, revelando alguma preferência por olivais. Alimenta-se de vermes, caracóis, insectos e bagas.

Os tordos são aves que formam um grupo bem distinto, quer devido ao seu tamanho (são aves de tamanho ligeiramente superior relativamente aos pequenos passariformes) quer devido a alguns caracteres comuns que apresentam: aspecto geral acastanhado, parte inferior do corpo clara e mais ao menos sarapintada, sem distinção de sexos, bico relativamente fino bem adaptado a uma alimentação baseada em invertebrados e frutos, canto geralmente melodioso.

Em Portugal podem encontrar-se quatro espécies de tordos migradores:


                                                    Tordo-comum (Turdus philomelus)



                                                         Tordo-ruivo (Turdus iliacus)


                                                        Tordo-zornal (Turdus pilaris)




                                                  A Rola-comum (Streptopelia turtur)


É uma ave membro da família Columbidae, que inclui as rolas e os pombos.
A rola-brava é uma espécie migradora que nidifica na Europa, e a sua população encontra-se em declínio, estimando-se que tenha decrescido em mais de 30% nos últimos dez anos, o que levou a que esta espécie fosse incluída na Lista Vermelha das espécies em perigo de extinção.


                                              O Pombo-torcaz (Columba palumbus)


É o maior dos nossos pombos. O tom cinzento da plumagem, incluindo a parte inferior das asas, e a sua grande dimensão permitem separá-lo dos pombos domésticos. As grandes manchas brancas nas asas e no pescoço, todas visíveis em voo, ajudam a confirmar a identificação desta espécie. É uma ave tipicamente florestal, podendo igualmente ser observado em parques e jardins em meio urbano.
Pombo-torcaz é granívoro, alimentando-se de sementes, grãos diversos e bolotas. Espécie residente em Portugal que durante o Inverno vê reforçado o seu número de indivíduos com as populações migradoras do norte e centro da Europa.
Não sendo uma ave especialmente abundante na área do baldio, não deixa de ser relevante o seu interesse como espécie cinegética.
A visão de um bando de milhares de pombos, em voo para o seu dormitório, constitui um espectáculo impressionante que merece ser presenciado por qualquer pessoa.


                                                          Galinhola (Scolopax rusticola)


Apelidada de «Dama dos bosques», a galinhola é uma ave misteriosa e, embora relativamente comum, é muito difícil de observar devido aos seus hábitos furtivos e crepusculares. Na maioria dos casos apenas é avistada se for levantada pelo observador ao passar muito próximo do local onde a ave se encontra.
Pertencente à mesma família das narcejas, aves com as quais apresenta muitas semelhanças morfológicas, tem uma envergadura que a aproxima mais da perdiz. A sua plumagem, em tons castanhos-arruivados, serve-lhe de camuflagem perfeita nos locais que frequenta - floresta. Possui um bico forte e comprido e uma cauda curta, sendo as suas asas compridas e arredondadas.
A galinhola é uma espécie invernante em Portugal continental. Entre nós frequenta preferencialmente áreas de pinhal, eucaliptais, carvalhais e montados.


                                                            A Raposa (Vulpes vulpes)


É um mamífero de médio porte com pelagem de cor castanha. É um dos carnívoros com área de distribuição geográfica bastante alargada a nível mundial. Tem hábitos noturnos e crepusculares (excepto em lugares de pouca movimentação podendo ser vista durante o dia), come em média 500g de comida todos os dias, com uma dieta variada baseada em pequenos animais, mas seu cardápio pode se estender à roedores, aves, insectos, peixes, ovos, e frutos. Em caso de necessidade pode alimentar-se de restos de comida humana e animais mortos, tudo isso devido à sua grande capacidade de adaptação.
A raposa é uma espécie que está pouco ameaçada e por isso é caçada. No passado, a caça a espécie foi motivada pelo valor económico da sua pele, situação que hoje não se verifica.


                                                o Sacarrabo (Herpestes ichneumon)



Originário de terras africanas, o sacarrabos é um dos mamíferos carnívoros mais abundantes em Portugal e é a única espécie de mangusto presente na Europa. Esguio e comprido, este carnívoro foi introduzido na Península Ibérica provavelmente pelos árabes como uma espécie domesticada e, mais tarde, regressou ao estado selvagem. Esta espécie cinegética distribui-se maioritariamente pelo sudoeste da Península Ibérica. Porém, pensa-se que actualmente esta espécie se encontra em expansão de sul para norte no território português. O sacarrabos é um mamífero de porte médio, possui um corpo alargado e uma coloração escura, mesclada e bastante uniforme. Contrariamente a outros carnívoros mediterrânicos, é um animal de hábitos diurnos, o que poderá explicar, em parte, a sua colonização bem sucedida do sudoeste da Europa.

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